Créditos de carbono, contabilidade e projetos de MDL, no caso de empresa ceramista em Rondônia

Alexandre de Freitas Carneiro, Luciano Bezerra da Silva

Resumo


Questões ambientais têm sido temas emergentes nas discussões acadêmicas e no mercado. Com o Protocolo de Kyoto, as posições líderes mundiais parece inclinarem-se para compreender as dimensões das consequências das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, com propostas de diminuição de emissões até 2020. Diante desse cenário, o objetivo da pesquisa foi responder as seguintes questões: como tem sido realizada a comercialização de créditos de carbono no caso de empresas do ramo cerâmico? Como tem sido o tratamento contábil ou como está evidenciada nos relatórios e as demonstrações contábeis a inclusão dos créditos de carbono? Como proporcionam informações adequadas para a tomada de decisão? E qual a percepção do gestor sobre o tema? Utilizou-se do método de estudo de caso único e exploratório e, ainda, longitudinal, pois se realizou em dois pontos diferentes do tempo, em 2010 e 2013, e o nível de análise foi uma empresa do ramo ceramista. As técnicas foram a entrevista focalizada e semi-estruturada, com uso do formulário, observação e pesquisa documental. Concluiu-se que é importante não queimar etapas na implantação do projeto e, como empresa queima biomassa desde antes de 1997, esse fato impossibilitou comercializar créditos de carbono. O tratamento contábil dos créditos de carbono é no Ativo Investimentos ou Ativo Intangível, e a percepção do gestor da empresa é no Ativo Realizável a Longo Prazo. Aumentar a autoestima dos colaboradores da empresa e ampliar as margens de receitas são as principais finalidades ao se utilizarem das informações de caráter ambiental.


Texto completo:

49-70

Referências


ARAÚJO, Antônio Carlos P. de. Como comercializar créditos de carbono. 6. ed. São Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2008.

BRASIL, Lei 11638 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2013.

COSTA, Rodrigo S. da; MARION, J. Carlos. A uniformidade na evidenciação das informações ambientais. Revista Contabilidade & Finanças, n. 43, p. 20-33, jan./abr. 2007.

DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2 ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

FARIAS FILHO, Milton C.; ARRUDA FILHO, Emílio J. M. Planejamento da pesquisa científica. São Paulo: Atlas, 2013.

FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável. Inclui certificados de carbono. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

FERREIRA, Aracéli C. S. et al. Protocolo de Kyoto - uma abordagem contábil. In: IX ENGEMA - Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2007, Curitiba - PR. Anais... 2007. v. 1. p. 1-22.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da contabilidade. Tradução de Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.

IBRACON. Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. NPA 11. Disponível em: . Acesso em: 21 fev. 2013.

INSTITUTO CARBONO BRASIL. ONU propõe a criação de OMC ambiental. 2010. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2013.

LIMIRO, Danielle. Créditos de carbono: protocolo de Kyoto e projetos MDL. Curitiba: Juruá, 2009.

MACIEL, Carolina Veloso et al. Crédito de carbono: comercialização e contabilização a partir de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo. Revista de Informação Contábil. Recife. v. 3, n. 1, p. 89-112, jan./mar. 2009.

MICHEL, Maria Helena. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

OLIVEIRA, Antonio B. S. Métodos da pesquisa contábil. São Paulo: Atlas, 2011.

RIBEIRO, Maísa de Souza. Contabilidade ambiental. São Paulo: Saraiva, 2006.

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia cientifica: a construção do conhecimento. 5 ed. Revisada (conforme NBR 6.023/200). Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

SEIFFERT, Mari Elizabete B. Mercado de carbono e protocolo de Quioto: oportunidades de negócio na busca de sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.

SILVA, Benedito Gonçalves da. Contabilidade ambiental. Curitiba: Juruá. 2008.

TASSO, Carla Cristina, NASCIMENTO, Edson Queiroz. Protocolo de Qyoto – Análise dos Aspectos Contábeis do Mercado de Carbono. In: 3º Simpósio FUCAPE de Produção Científica. 2005. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2013.

TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e gestão ambiental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

WAKIN, Vasconcelos R.; WAKIN, Elizete A. de M. Perícia contábil e ambiental: fundamentação e prática. São Paulo: Atlas, 2012.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Tradução de Ana Thorell. Porto Alegre: Bookman, 2010.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


INDEXADORES:

 

 

 

 

 

 

 

 

ISSN: 2177-8426